O setor portuário brasileiro movimentou 591 milhões de toneladas de cargas no primeiro semestre de 2021, de acordo com as informações divulgadas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) nesta quinta-feira (12). O valor representa um crescimento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
O minério de ferro foi a carga mais comum nos primeiros seis meses do ano: 171,8 milhões de toneladas – um crescimento de 12% em comparação com o primeiro semestre de 2020, início da pandemia de Covid-19. Já o petróleo apareceu na segunda posição com 97,2 milhões de toneladas – incremento de 8%. A soja, contêineres e derivados de petróleo também se destacaram.
Para o diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery, o crescimento no setor é lento, porém contínuo. De acordo com ele, a reabertura gradual da economia foi a principal responsável pelo maior movimento dos portos.
“Os resultados mostram que o setor aquaviário mantém seu crescimento contínuo. E isso é fundamental para a economia do país, para a geração de emprego e renda. Tudo isso por conta da reabertura econômica, com o avanço da vacinação”, ressaltou o diretor-geral.
Segundo o levantamento, a expectativa para o segundo semestre deste ano é que os portos brasileiros movimentem 626 milhões de toneladas. Já para o ano, a estimativa é de 1,2 bilhão de toneladas: expectativa de crescimento de 5,5% em relação a 2020.
Já a pesquisadora da área de Economia Aplicada da FGV, Marina Garrido, explicou à CNN nesta quinta-feira (12) que os bons resultados no primeiro semestre não devem se repetir nos próximos seis meses. Ela explicou que os bons números estão relacionados ao represamento do comércio internacional durante a pandemia de Covid-19.
“O aumento nos primeiros seis meses aconteceu por conta do represamento de cargas internacionais. Isso porque as indústrias brasileiras ficaram com os estoques muito baixos durante a pandemia. E agora no primeiro semestre as fábricas compraram muita matéria prima para tentar repor esses estoques, causando essa alta na movimentação dos portos. Mas eu diria que esse fluxo deve diminuir no segundo trimestre, pois estamos vendo escassez de matéria prima em diversos setores da economia”, ressaltou Marina.