As operações de comércio exterior devem crescer 5% neste ano. Os dados globais foram apresentados, nesta terça (18), pela Maersk, líder mundial no transporte de contêineres, que também prevê crescimento na movimentação de cargas entre os portos brasileiros. Entre janeiro e abril, o volume de importações e exportações cresceu 9%. Mesmo com as boas perspectivas, os problemas com falta de caixas metálicas devem persistir até o final do ano.
De acordo com o diretor Comercial da Maersk para a Costa Leste da América Latina, Douglas Piagentini, três fatores causaram a escassez de contêineres em todo o mundo. O primeiro deles, sentido desde o ano passado, foi a pandemia de covid-19, que causou instabilidade nos mercados e ainda o fechamento de portos mundo afora.
O afastamento de trabalhadores nos complexos portuários e armazéns e também é outro ponto levantado por Piagentini. O executivo ainda destaca a redução de, pelo menos, 40% na reposição de novos contêineres no mercado. Neste caso, o fechamento de fábricas e a alta no preço do aço foram os fatores que causaram o desbalanceamento da oferta de caixas metálicas em todo o mundo.
Esses fatores somados à crise causada pelo encalhe de um navio durante seis dias no Canal de Suez, no Egito, ajudaram a agravar o problema. Isto porque de 30% a 35% das caixas metálicas que chegam à América Latina passam pela rota que teve o tráfego interrompido.
“Tudo isso, de forma negativa, contribuiu para situação que nós estamos com menos equipamento disponível e menos equipamento rodando no mercado. Importante entender necessidade do cliente de quanto tempo ele precisa do contêiner”, afirmou o diretor da Maersk.
Mesmo com esse problema sendo enfrentado em diversas partes do mundo, as perspectivas são positivas, segundo o executivo. “Para o Brasil, espera-se que as exportações se recuperem a médio prazo, pela procura de produtos agrícolas e minerais”.
Segundo Piagentini, as exportações cresceram 6% no primeiro quadrimestre deste ano. Já as importações subiram 11% no período.
O executivo aponta que, no caso dos embarques, os números têm como causa a alta safra e o crescimento do mercado brasileiro. Nestes casos, os destaques são as exportações de algodão, café e açúcar, que cresceram 28%, 18% e 19%, respectivamente.
Já com relação aos desembarques, o índice foi impulsionado pela melhoria na demanda e pelo efeito da covid-19 relacionado ao e-commerce. De acordo com Piagentini, o que se vê é um aumento no volume de importação de produtos para atender a uma mudança na forma de comercialização.
Nesta linha, as importações de plástico e borracha saltaram 23%, enquanto os desembarques de maquinários e aparelhos eletrônicos saltaram 23%. Já as descargas de produtos têxteis e de couro subiram 24%, enquanto os bens de consumo acumulam crescimentos de 28%.
“O crescimento da indústria do comércio eletrônico, a necessidade de maior visibilidade da cadeia de abastecimento e o aumento da procura de soluções planejamento são os principais fatores que impulsionam o crescimento do mercado”, afirmou o diretor da Maersk.
O executivo ainda apontou a busca da armadora por oferecer soluções de tecnologia para seus clientes. “A Maersk busca tornar-se uma das cinco maiores empresas de logística no Brasil até 2025”.
Fonte: A Tribuna